Mais médicos e Mais respeito também

Às oito da manhã, ao abrir o Facebook, me deparo com a imagem acima. Sem entender muito bem, passei a ler as legendas e, em questão de minutos, a foto havia sido viralizada na rede.
De repente, um misto de nojo e revolta tomou conta de mim e, mais uma vez, senti orgulho. Sim, isso mesmo. Fiquei orgulhosa por não me sentir representada por um punhado de gente que não reconhece os seus. Fiquei feliz por ter reafirmado meus valores e visto que, por mais que seja difícil, faço parte da maioria das pessoas que respeita seu semelhante. Explodi de alegria quando, enfim, caiu minha ficha que, apesar de envergonhada por uma classe medíocre, ela não é minha voz. E mais ainda, tenho uma filha que, se depender da mãe que tem, vai saber muito bem o significado das palavras solidariedade, dignidade e respeito.
De qualquer forma, peço perdão, camaradas cubanos. Brasileiro, em sua grande maioria, é gente boa.
Sejam muito bem-vindos! Trabalhem em paz!

Veja o vídeo da ignorância humana aqui.

Eu não

Sei dirigir, nadar e falar inglês. Não tenho Iphone, nunca fiz uma viagem internacional e não pago R$ 10 para tomar café com leite no Starbucks. Não fiz clareamento, progressiva e nem coloquei silicone.

Mas garanto, sou +
legal, competente e educada 
que muita gente.

Amizade, Facebook e solidariedade: ainda há esperança por aqui



Jovens do bairro da Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, organizaram um mutirão de solidariedade neste domingo (28) e arrecadaram roupas, cobertores e alimentos para fazer um sopão e distribuiram aos moradores em situação de rua do bairro e centro da Capital.

O evento foi promovido no Facebook na terça-feira (23) pela estudante Beatriz Negrão, 19 anos. “Todos os anos fazemos as arrecadações de brinquedos e roupas para o Natal, mas como o frio chegou muito forte resolvemos organizar um evento a mais”, justificou.

Junto com Beatriz, amigos e frequentadores da Praça Oscar, onde foi o ponto de arrecadação, participaram tanto pra doar, quanto para auxiliar na organização e distribuição das doações. “Tem gente que diz: ‘eu não tenho nada pra doar’, mas essas pessoas às vezes precisam apenas de um casaco, uma meia. Imagina a dor de ver alguém morrer de frio?”, disse Leonardo Martins, integrante da banda Os Donos da Rua, que promovia um pocket show beneficente no local.

Além das roupas e cobertores foi feita uma sopa com doações dos ingredientes e quem preparou foram a mãe de Beatriz, Solange Negrão e uma amiga: “Foi feita com muito amor, assim como muitas que virão”, disse Regina Oliveira.

Até o final do domingo, boa parte dos agasalhos e sopas foi entregue. A meta é terminar até o próximo final de semana. ”Ouvi uma pessoa falar: ‘nossa, essa sopa aqui tem muito amor’”, disse Victor Negrão, irmão de Beatriz, que ajudou na distribuição dos alimentos, água, edredons, além de muito carinho.

Segundo dados da Prefeitura da Capital, pelo menos sete pessoas morreram na semana anterior por causa das baixas temperaturas. Por conta do frio, o atendimento à população de rua se intensificou e o paulistano que quiser colaborar, pode alertar o 156 (Central de Atendimento da Prefeitura) ou pelo número 153 (Central de Atendimento da GCM), sobre alguma pessoa exposta ao frio.

Sobre a "Operação Baixas Temperaturas" da Prefeitura de São Paulo você pode ver mais informações aqui.

Exagerada? Eu?



Outro dia desses me chamaram de “exagerada” ao postar uma matéria onde dizia o quanto é difícil ser mulher por essas terras. Não me assusta quando o comentário vem de um homem, porque realmente deve ser bem complicado esse tipo de entendimento, já que não sofre na pele. E não me enerva mais me chamarem de histérica, por ser feminista.

Talvez ainda não esteja claro para uma grande parcela da sociedade, o quanto a mulher é discriminada e sofre todos os tipos de violência, dentro e fora de casa. Mulher é assediada física e moralmente, desde o momento que acorda e sai pra trabalhar. Quando o salário dela “ajuda” na renda ou quando o marido “ajuda” nas tarefas do lar. Não há igualdade de oportunidades nem em casa e nem no salário.

E não adianta inventarem leis. Porque há leis que são criadas apenas para mascarar o real problema da sociedade: o machismo. A culpa não é da mulher quando é molestada no metrô. É o machismo que faz com que filhos não sejam educados a respeitarem seu próximo. Camuflar o problema, criando uma lei que segrega mulheres e homens de vagões nos trens é, mais uma vez, culpabilizar a mulher por existir.

Ditar padrões de beleza e regras sociais é, desde sempre, uma violência. “Menina, você está virando mocinha. Feche já essas pernas!”. Por quê? É mais fácil doutrinar a menina, ensinando a ser uma princesa da Disney, do que dizer ao seu filho para respeitar as escolhas dela.

“Menino, homem não chora!”. Por quê? O machismo não faz mal somente para as mulheres, faz mal, muito mal também, para os homens. Quantos meninos foram e são reprimidos por pais conservadores e ignorantes? Ou você também é daqueles que acham que meninos que dançam ballet ou brincam de boneca “viram” gays?

Dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) revelam aumento da formalização das denúncias. Os atendimentos da central subiram de 43.423 em 2006 para 734.000 em 2010, quase dezesseis vezes mais (fonte: Portal Brasil). E esses dados são de 2010!

Isso tudo é culpa sua, minha, dos nossos pais, enfim da forma como essa sociedade está estruturada. No Brasil é cultural culpar a moça de decote, que anda sozinha na balada, que apanha do marido (apanha porque quer, né?!), que não se capacitou suficientemente pra ganhar mais, que pariu três filhos e tem que trabalhar fora pra ajudar na renda e ainda lavar, passar e cozinhar, que não quer ter filhos, que é inteligente e feia, por isso não vai casar, que é bonita demais, por isso usa o corpo pra se promover etc etc etc.

Posso dissertar aqui páginas e mais páginas sobre falta de direitos, violência contra mulher e feminismo. Mas daí deixaria de ser um post. Talvez faça isso mesmo, porém em partes. Excesso de informação também confunde.
O que vim dizer aqui é que falta muito, muito mesmo para que essa igualdade entre mulheres e homens aconteça. Não posso ignorar as conquistas, afinal, até outro dia não votávamos. Porém não dá pra esquecer a trajetória das lutas, o que ainda há por fazer e que às vezes desanima, quando me deparo com “cegos sociais”.

No fim das contas, o “talvez não esteja claro” de lá de cima, seja, infelizmente, um "com certeza"...

Qual o nosso problema com os bolivianos?

O episódio que envolveu o presidente da Bolívia, Evo Morales, foi o estopim pra me fazer vomitar o texto abaixo. Uma reflexão que há tempos venho fazendo: Sobre o preconceito contra estrangeiros no Brasil.

Qual o nosso problema com os bolivianos? Por que tratamos nossos vizinhos com tanta hostilidade e desprezo? Hoje, além do preconceito, matamos. Física e emocionalmente.

Repetimos a história diariamente. Os escárnios que antes fazíamos com os italianos, os judeus, os chineses hoje são com nossos hermanos. Negros, pobres, mulheres e todas as “minorias” que defendo com unhas e dentes, vejo repetindo o discurso de seus carrascos. Degradando e denegrindo todo um povo.

Qual o nosso problema com os bolivianos?

Indo pela rota mais fácil, pedagogos e pedagogas que cagam regra, mas na prática ignoram, por exemplo, a obra de Paulo Freire, excluindo ao invés de integrar. Toda uma cultura devorada, estraçalhada pelo preconceito ou pela preguiça ou pela falta de estrutura. Brigou-se pela obrigatoriedade da inserção da cultura afrodescendente nas escolas, porque somente neste século é que “enxergaram” a importância do negro na sociedade. Com luta e suor, ainda se sofre e se questiona tão relevante parte deste Brasil. Mas mesmo assim, acabamos com a crença e valores do outro.

Na primeira infância é onde tudo se transforma e vejo professores e professoras discriminando, criminalizando a língua, as roupas e os trejeitos de crianças em formação. Isso sim é um crime hediondo. É matar todos os ancestrais e futuras gerações de um povo. É fazer dessa criança, desde o seu nascimento, objeto e não sujeito no mundo. É diminuir, é humilhar, é transformá-las em nossos serviçais durante toda a sua caminhada. É fazer com que ela tenha medo e perceba que nem ela e nem a família dela são bem quistas por aqui.

Qual o nosso problema com os bolivianos?
Qual o nosso problema com a cultura do outro?
Qual o nosso problema em receber e acolher as pessoas?
Qual o nosso problema em nos reconhecer no outro?
Qual o nosso problema com a palavra RESPEITO?
Qual o nosso problema?
Qual?

Sobre os acontecimentos com Evo Morales aqui.

Detran de SP não tem Central de Atendimento


Quer falar com DETRAN/SP? Boa sorte!


Isso mesmo, eles não tem um número telefônico para tirar dúvidas. Certamente, tiraram a verba da central de atendimento para investir nesse site vistoso que está no ar agora. E, pretensiosamente, concluem que as informações do site estão tão completas que, não é necessário esclarecer mais nada.



Nem ligue no 102, para solicitar o número. Vão te dar o 154, que segundo o perfil oficial do Twitter deles:


Não tenha a ilusão de que “xingar muito no Twitter” vai resolver sua vida. Eles vão:

1. Ser exageradamente educados;
2. Vão perguntar qual o problema;
3. Dar um tempo, para você pensar que eles estão tentando resolver, e...
4. Copiar TUDOOOOOOOOOOOOOOO que já está no site;
5. Fim de atendimento e da sua paciência.






Vale ressaltar que nem adianta mandar e-mail: um colega de trabalho enviou uma dúvida (mais de 6 meses atrás) e ZERO RESPOSTA!

E quando um guarda de transito quiser te multar, infelizmente não poderemos alegar falta de atendimento por meio do Detran.



Ai, como eu amo essa cidade. Como amo esse país!